Glicéria Tupinambá
Glicéria Tupinambá é da aldeia Serra do Padeiro, localizada na Terra Indígena Tupinambá de Olivença. Participa intensamente da vida política e religiosa dos Tupinambá, envolvendo-se sobretudo em questões relacionadas à educação, aos serviços sociais e aos direitos das mulheres. Foi professora no Colégio Estadual Indígena Tupinambá da Serra do Padeiro. Concluiu a Licenciatura Intercultural Indígena no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia e é mestranda no Programa de Pós-graduação em Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Keynote address: “Nós temos o Manto na memória de nossos cantos: os muitos tempos do Manto Tupinambá”
Quais os tempos dos mantos Tupinambás? O manto volta, o manto retorna, o manto voa, o manto acolhe, o manto encanta todos os tempos. Ao tecer a trama do manto, minhas mãos tocam os cantos e os sonhos que traziam o manto pro nosso presente na Serra do Padeiro. Nessa fala, relembro a primeira vez que vi um dos mantos na França: eu entrei em uma dimensão entre o tempo e o espaço, eu chamo esse momento de cosmoagonia onde o meu corpo estava presente e a minha alma estava ausente, e eu ia absorvendo as outras energias da memória do manto. Entrei em uma dimensão em que eu estava no presente e no passado, estava em ebulição. Eu estava naquele lugar, mas, ao mesmo tempo, em outro. Agora, em 2024 que um dos mantos retorna ao Brasil, que futuros os mantos vão tecer para nós?
When and where: 6:30pm, Thursday, October 3 (Salomon Center)
Ondjaki
ONDJAKI nasceu em Luanda em 1977. É doutorado em Estudos Africanos (L’Orientale, Napoli/Itália). Prosador e poeta, também escreve para cinema. É membro da União dos Escritores Angolanos. Recebeu os prémios Sagrada Esperança (Angola, 2004); Conto – A.P.E. (Portugal, 2007); FNLIJ (Brasil, 2010 & 2014); JABUTI juvenil (Brasil, 2010); prémio José Saramago (Portugal, 2013) e prémio Littérature-Monde (França, 2016) com o livro “Os Transparentes”. Está traduzido para francês, espanhol, italiano, alemão, inglês, sérvio e sueco. Ocasionalmente partilha oficinas de escrita criativa. Em 2023 (Univ. de Évora, Portugal), recebeu o prémio Vergílio Ferreira pelo conjunto da sua obra.
Keynote address: “Saudação ao futuro: tantas margens, tantas línguas”
Texto performance que aborda três eixos: a) o lugar da cultura e do discurso cultural na modernidade do continente africano; a reinvenção do conceito de cultura; necessidade de uma auto-reinterpretação e leitura histórica; b) Uma língua que ajude a proteger as línguas originárias; c) a necessidade de colaborações inéditas entre os países de língua portuguesa.